Pular para o conteúdo principal

Pequenos investigadores no Museu do Xapury

Por Clenes Guerreiro

Olhares curiosos percorrem todos os pequenos detalhes do prédio. Perguntas sobre os mais improváveis objetos e personagens são feitos ao guia – o que não descarta o direcionamento dos questionamentos às professoras, coleguinhas e a quem mais estiver por perto.


Os investigadores mirins estão eufóricos com a visita ao Museu do Xapury que, não raramente, é chamado de museu da borracha, do Chico Mendes, simplesmente museu.

O hall se transforma em um verdadeiro playground, uma extensão do parque de diversões que é o mundo e todo seu lado lúdico – surrealizado pelos anos mágicos e ímpares da infância.

“- Aquele é o Chico Mendes?!” - Perguntava (afirmando) um deles ao guia que, com um largo sorriso, confirmava e tentava explicar, ao pequeno homem que ali estava.
Os olhos brilhavam ao contemplar os espaços e a exposição como um todo. Sorrisos e gritos de euforia pincelavam a costumeira ausência de tamanhos sons no ambiente museológico.

Duas ou três turmas do ensino infantil sabem mesmo como marcar presença em qualquer espaço. Os museus precisam desses visitantes – quanto mais cedo estejam inseridos com sua história e em ambientes e atividades culturais, maiores são as chances de se tornarem adultos com outro tipo de raciocínio.
“- O que você está fazendo?” - pergunta um coleguinha ao outro que contempla o painel que fala da Castanha.
“- Estou lendo...” - respondeu o ávido menino que não devia ter mais que 6 anos de idade.

Meu sorriso ficou largo. Eu sabia que ele, de fato, estava lendo. Não do nosso jeito costumeiro de decifrar os signos ali grafados, mas do modo dele – e eu sabia que isso era possível.

Era agradável ver as crianças da Escola Latife Zaine Kalume encher de alegria o Museu do Xapury.

Entre flashs e cliques registramos esses momentos, finalizados apenas pelo momento da partida (não antes de passearem por todos os cantos do lugar), deixando um gostinho de saudade do curto momento que, mesmo que de forma (talvez) inconsciente, partilharam comigo.


Fotos:
*1 - Entrada das crianças - por Caticilene Rodrigues;
*2 - Explicação de Roberto Roque ao curioso menino - por Cleilson Alves;
*3 - Crianças assistindo um curta-metragem de animação - por Caticilene Rodrigues.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jacamim

O jacamim mora na floresta, costuma andar de bando com 10 a 15. É uma ave interessante, de cor branca com preto, tem o pescoço comprido, as pernas finas e grandes. Durante o dia anda no chão, porém à noite ele voa para uma árvore alta para dormir, pois assim se sente mais protegido. Ele gosta de esturrar de dia e à noite quando está na dormida. Corre muito na restinga e até no mato cerrado, como no esperaizal e no tabocal. Se alimenta de frutas de copaíba, guariúba, manitê, pama e itaúba; de insetos como formigas, aranhas e besouros, de embuá, minhocas da terra firme, mossorondongo e gongos. Além disso o jacamim ainda se alimenta de animais como a cobra, o sapo e o jabuti. A história do jacamim é quase idêntica à do queixada: por onde eles passam acabam com tudo o que tem pela frente. Apesar de ser um pássaro é muito perigoso para outros animais pequenos. Faz o ninho em paxiúba ou em pau ocado. Põe até 4 ou 5 ovos e sempre quem choca é o casal. Isso acontece no fim do verão. Qua

A vida nas famílias xapurienses (Período de 1940 – 1960)

Nas décadas de 1940 a 1960 as famílias xapurienses tinham seus valores centralizados na educação familiar, escolar e religiosa. A família era patriarcal, conservadora e tradicional. O pai representava a figura central, onde todos deviam temê-lo e obedecê-lo, fazendo aquilo que ele mandava e não o que ele fazia. A figura da mãe era vista como a “rainha do lar” onde tinha obrigações de cuidar bem dos filhos, marido e dos trabalhos domésticos. Cabia somente aos homens trabalhar “fora” e garantir o sustento da família. As mulheres desempenhavam sua função dentro do lar, pois, na vida pública, ainda não havia conquistado os seus espaços. Eram muitas vezes reprimidas de seus desejos, anseios, sonhos vivendo subjugadas às ordens de seus esposos. O pais é que escolhiam a “pessoa ideal” para casar com seus filhos, dependendo da classe social e da família em que estavam inseridos. A maioria dos casamentos se dava por interesse econômico entre ambas famílias. Os filhos, desde cedo, eram e

O Hino de Xapuri

O Hino de Xapuri tem como autor da letra, o cearense de Fortaleza, nascido em 02 de fevereiro de 1921 “Fernando de Castela Barroso de Almeida”, radicado no Acre em 1943. Trabalhou cortando seringa no Seringal Liberdade, no Alto Purus, escolhido para ser escrevente e redator de cartas do patrão, logo passa a ser gerente e anos depois mudar-se para Manuel Urbano. E logo em seguida fixa residência em Rio Branco. Escritor, poeta e jornalista, publicou as obras literárias Poesias Matutas e Poesias ao Deus Dará. Segundo o mestre Zuca, seu amigo, a letra do Hino de Xapuri foi escrita em Rio Branco-AC. A música do Hino de Xapuri foi instrumentalizada pelo mestre de música Sargento JOSÉ LÁZARO MONTEIRO NUNES, falecido na cidade de Rio Branco, em 07 de setembro de 1988, aos 59 anos de idade. Hino de Xapuri I Página viva da história acreana recebe o nosso afeto e gratidão reverente o teu povo se irmana neste hino que é hino e oração II Terra formosa, terra gentil És Princesa do Acr